VINGANÇA FAMILIAR

Esse é um assunto antigo. A mídia normalmente explora o tema diante de um novo caso. As ações vingativas acontecem em todos os setores da sociedade: no trabalho, na política, nas religiões, no meio da sociedade rica e acadêmica, e também entre os mais simples. Tem havido muitos feminicídios.

O que mais nos perturba é quando acontece no contexto familiar. A Bíblia registra que Caim logo no início da humanidade nutriu inveja de Abel, seu irmão mais novo. Não conseguiu se controlar e tirou a vida dele. Isso aconteceu após cultuarem a Deus. Ele não gostou de ter sido confrontado pelo Senhor pela maneira errada como ofertou. Na sua motivação, faltou-lhe uma fé verdadeira. Não fez o que Deus lhe pediu.

A vingança é algo pessoal e pode ser catastrófico, quando não tratado adequadamente. Deus o alertou da possibilidade do erro, responsabilizando-o para que mudasse o seu sentimento, visível na sua face. A responsabilidade é de cada um de nós. Às vezes não temos como impedir os acontecimentos ruins, mas podemos reagir positivamente a eles. Somos chamados a fazer o correto e não buscar desculpas para a justiça própria.

A vingança é um sentimento que cresce no nosso interior, mas que gera ações exteriores destruidoras. Lemos em Heb.12: 15, “que nenhuma raiz de amargura brote no seu coração e cause perturbação interior e também contamine a outros”.

A vingança é algo que fere a Deus, pois além de não confiarmos Nele, tentamos fazer justiça em seu lugar. Ele diz: “A mim pertence a vingança”. Quando tentamos fazê-la por nós mesmos, tomamos o lugar de Deus. Deveríamos ter tal pretensão?

A vingança mesmo depois de praticada poderá encontrar em Deus o perdão, mesmo que as cicatrizes e as consequências ficarão. O caminho correto é o arrependimento e a confissão a Ele. Caim saiu da presença de Deus e foi marcado ainda pela promessa de uma proteção particular. Ele teve duras perdas para sempre, mas Deus lhe estendeu as mãos. Ele e os seus descendentes só fizeram o pior, e se tornaram uma sociedade impiedosa e passível de um dos maiores juízos da história humana, que foi o dilúvio.

O desejo de vingança pode ser vencido, assim:

  1. Cuide do seu próprio coração, pois ele é enganoso. Não confie nos “bons“ sentimentos pessoais, como se nada poderá acontecer de mais grave. Evite se comparar com o que Deus faz de bom aos outros. Faça apenas o bem.
  2. Confie no controle divino dos fatos pessoais da sua vida. Deus os permitiu e com certeza terá um propósito melhor.
  3. Dê tempo para Deus agir, com a justiça dele. Ele agirá com um poder maior, mais justo e misericordioso. Nós não somos bondosos como Ele é.
  4. Espere na graça dele, pois Ele pode restaurar o nosso erro e o dos outros. Por mais errado que somos, Ele perdoa, recomeça e ainda pode usar essas experiências negativas para algo que nos faça pessoas melhores e mais uteis a Ele.

O convite é para descansarmos no amor e na justiça dele. Façamos isso e vivamos livres.

Pr. Carlos Nogueira Martins
Associação Apascentar