O que o Senhor mais aprecia na vida do homem é a obediência. Não há nenhum ser humano que não saiba o significado da palavra obedecer, ainda que a minoria esteja disposta a uma vida de obediência. O dicionário diz que obedecer é sujeitar-se à vontade ou autoridade ou ao mando de outrem; acatar ordem ou orientação de alguém.
Para obedecer a alguém ou acatar a ordem ou orientação de alguém, precisamos reconhecer a autoridade ou legitimidade de quem está ordenando. Não devemos obedecer, cegamente, a qualquer ordem ou orientação, sem saber de quem parte. Se esta ordem for legítima, devemos acatar e obedecer. Há uma escala de prioridade da fonte de onde emanam as ordens. Sem dúvida alguma, a fonte de autoridade máxima em tudo é do nosso Deus. Ele é o único Soberano, pois Ele é o Criador, o Mantenedor e o Sustentador de toda a criação. Só Ele é o Único Ser eterno e que tem os atributos da Onipresença, Onisciência e Onipotência. Todos e tudo dependem de Sua vontade soberana. O profeta Isaías enfatizou, de um modo especial, essa exclusividade de Deus como fonte suprema que deve ser obedecida em primeiro lugar. Depois, temos os nossos pais como autoridade, nossos líderes, nossos governantes, e assim por diante. Apenas devemos deixar bem claro que, se qualquer autoridade apresentar ordens ou orientações que contrariem o que o Senhor determina, prevalece a autoridade divina. Foi esse o caso dos apóstolos Pedro e João diante do Sinédrio judaico (Atos 5.28 e 29), quando, com toda a ousadia dada pelo Senhor, eles responderam às autoridades humanas: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”.
Desde o livro de Gênesis até o de Apocalipse, notamos que o Senhor deseja a obediência humana. Sabemos dos planos maravilhosos que Deus tinha para a humanidade se o primeiro casal tivesse obedecido a ordem do Senhor (escolhendo, livremente, obedecer à ordem divina). Mas, mesmo com a desobediência do primeiro casal, Deus não o abandonou. As consequências de sua desobediência trouxeram todos os males descritos desde o Jardim do Éden até aos dias de hoje. No entanto, o Senhor, ainda no Jardim do Éden, fez a promessa de libertação das consequências do pecado (Gênesis 3.15), concretizada com a obra redentora de Jesus Cristo.
No decorrer de toda a História Bíblica, vemos a demonstração amorosa de Deus em orientar os homens no reencontro com Ele, mediante o arrependimento e obediência aos seus mandamentos. Não é pela falta de conhecimento da vontade de Deus que os homens continuam seguindo a sua vontade corrompida pelo pecado. O salmista Davi fala das maravilhas da criação como revelação de Deus aos homens (Salmos 8), e o apóstolo Paulo reafirma que os homens são indesculpáveis diante do Senhor: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido observados claramente, podendo ser compreendidos por intermédio de tudo que foi criado, de maneira que tais pessoas são indesculpáveis” (Romanos 1.20).
Apenas dois exemplos de como os homens, sabendo a vontade de Deus, preferiram desobedecê-la. Abner, que sabia que a vontade de Deus era que Davi fosse rei, após a morte de Saul, coroou Is-Bosete como rei de Israel e lutou contra Davi. Só mais tarde, zangado, Is-Bosete prometeu cumprir a vontade de Deus (II Samuel 3.9 e 10). O segundo exemplo de desobediência deliberada é de um pequeno grupo de judeus, após a queda de Jerusalém, quando pretendiam refugiar-se no Egito e pediram ao profeta Jeremias que orasse para saber a vontade divina, prometendo obedecê-la. Mas quando ouviram que o Senhor pediu que ficassem em Judá, desobedeceram (Jeremias 42.5 e 6; 43.2 – 7).
Será que nós estamos agindo corretamente com relação à nossa obediência a Deus? Vale a pena fazer uma análise séria. Quanto mais nós lermos, meditarmos e nos aprofundarmos no conhecimento bíblico, mais conheceremos a vontade de Deus para a nossa vida. Temos sempre obedecido à vontade do Senhor, em todas as coisas? Temos de fato colocado Deus como Senhor? Num mundo humanista e materialista, temos agido sempre como o Senhor quer ou, muitas vezes, só o fazemos na aparência?
Nessa análise, lembremo-nos de que Deus nos conhece intimamente e que, diante dEle, nada permanece escondido.
Pr. Miguel Horvath