COMPAIXÃO x DUREZA DE CORAÇÃO

É comum ouvirmos que estamos cansados de notícias ruins. O nosso coração se cauteriza e já não se importa mais com os acontecimentos. Tudo é normal. Ainda bem que nem todos pensam assim e muito menos Deus!

O filho pródigo voltou para casa e foi efusivamente abraçado pelo pai. O seu irmão demonstrou toda a sua indignação, criticando duramente ao pai e ao seu outro filho. Ele nem se dignou de chamá-lo de irmão.

Uma das características marcantes na vida de Jesus foi a sua compaixão e a disposição de fazer alguma coisa pelo necessitado. Ele alimentou as multidões que vieram ouvi-lo e compadecido não as deixava partir sem saciá-las. Ele foi procurado por alguns leprosos que não eram do seu povo, mas assim mesmo os curou. Ele viu uma viúva lamentando a morte do seu único filho e não temeu em tocar no caixão e ressuscitá-lo, devolvendo-o ao convívio dela. Jesus viu as pessoas como ovelhas feridas, aflitas e desamparadas pelos religiosos, e teve profunda compaixão delas. Ele na cruz perdoou alguém que por horas o ofendeu e assim mesmo o convidou a morar no mesmo paraíso pessoal que ele estaria. Ele encorajou os seus discípulos a pedirem ao Pai Celeste que enviasse pessoas compassivas para trabalharem com elas. Nós podemos ser resposta desse pedido. É só nos dispormos.

A compaixão é aquele sentimento interior que nos move em direção ao outro. A dureza nos impede de fazê-lo. A compaixão perdoa e estende a mão; a dureza só aponta os erros. A compaixão sorri e abraça, mas o insensível se distancia e condena.

A Bíblia fala de uma grande cidade em que a ignorância e a impiedade eram tão salientes que só Deus se interessou em dar-lhes uma nova oportunidade para uma vida espiritual saudável. Um profeta foi enviado a eles, mas Deus teve mais dificuldade para ensiná-lo a ter compaixão, do que levar os 120 mil habitantes a se arrependerem dos seus erros. O compassivo sente a insensatez espiritual alheia por ignorar a Deus e não se omite em ajudá-lo a confiar no seu amor perdoador.

Salomão disse que a dureza do coração é egoísta e gera ciúmes no relacionamento conjugal. A compaixão no casamento perdoa e renova a confiança. O ciúme é carnal e vive para a sua própria necessidade. O coração endurecido só quer para si mesmo, mas a compaixão dá.

O mesmo sábio disse: “quem se compadece… empresta a Deus, e Ele o recompensará”. O compassivo olha a oportunidade de ser instrumento do amor para receber mais de Deus. O duro de coração retém para si mesmo e isso lhe será pura perda. O que é sensível de coração sabe que é apenas mordomo do que tem, pois tudo pertence a Deus e dele se vê como instrumento para abençoar aos outros.

Ser compassivo é amar, é dedicar tempo para escutar o outro que precisa ser ouvido, é buscar saber a necessidade alheia, é aceitar as falhas do cônjuge e dos filhos, é ter confiança e esperança em novas atitudes.

O que vamos decidir: viveremos com sensibilidade ou morreremos endurecidos?

Pr. Carlos Martins
Associação Apascentar