Todos nós temos aquela fase da vida quando tudo acontece para tornar a semana mais difícil. Um fato surge após o outro e ficamos como que esperando a próxima situação desagradável. O povo de Israel, antes de sair do Egito, viu os problemas se agravarem a cada dia. Não foi fácil para Moisés, como líder, entender o plano de Deus. Como discernir o caminho divino se as condições externas só eram mais difíceis? Será que as pressões são parte da solução divina ou só nos fazem sentir culpados por possíveis erros?
Assim foi também com Jesus. Ele é o maior exemplo de que podemos enfrentar esses momentos sem perder de vista os objetivos divinos. Na sua última semana, os seus familiares o recriminaram pelas suas reais motivações na vida. Alguns amigos íntimos duvidaram do seu interesse quando Ele “atrasou” e a situação deles, a princípio, ficou ainda pior. Um dos discípulos o vendeu por algumas moedas e outros dormiram quando Ele mais precisou de encorajamento e orações. O líder entre eles orgulhosamente o negou, quando havia jurado estar com ele em qualquer situação. A multidão que o havia ovacionado dias antes pediu sua crucificação. O seu julgamento foi injusto, e ele foi declarado culpado mesmo com mais de vinte erros diante das leis romanas e judaicas. Ele ficou sozinho, bebeu um cálice amargo e, mesmo como um ferido e abandonado de Deus, prosseguiu para cumprir o propósito para o qual Ele veio. Mas a morte não seria o fim. Só Jesus de fato contava com a vitória da ressurreição.
O que está acontecendo conosco nessa semana? Há uns dias, uma amiga caiu e, além da marca no rosto, o sangue pisado, as dores no corpo, soube que as raízes de alguns dentes também sofreram e algo especial terá que ser feito. Como conviver com um tempo assim? Como agir quando tudo parece caminhar para o pior?
Esses fatos na vida de Jesus não foram os últimos, e Ele nos encoraja de que é possível tirar proveito desses momentos. O que Ele fez e que devemos aprender com ele?
- Ele deu passos olhando para frente e confiou que, mesmo se sentindo desamparado até mesmo pelo Pai, em tudo havia um propósito superior. O dia aflitivo vem, mas podemos vê-lo como oportunidade e não só como um problema. Nem sempre entenderemos os planos divinos, mas vale à pena confiarmos que eles são os melhores. Lutar para entender não é fé. Vamos dar, hoje, mais um passo com o olhar fixo nele. Não fiquemos imóveis por causa do medo das aflições.
- Enquanto ele caminhou, demonstrou que a sua dor era real. Não deixou de falar o quanto estava difícil, de chorar e pedir orações àqueles que andaram com ele. Ele admite a sua necessidade de forças especiais para prosseguir e, por isso, até os anjos vieram confortá-lo. O Senhor nos anima para caminharmos, pois Ele é a nossa força, e não as pessoas. Teremos decepções até com os mais íntimos. Não podemos depender de situações melhores para vivermos melhor.
- Ele foi muito humilhado, mas deixou que Deus agisse no tempo e na medida certa. A justiça do Pai foi prioridade para Ele. Por isso, não reagiu da mesma maneira que sofreu. Ele, mesmo sabendo que os discípulos o negariam, orou por eles. Evitou revidar com palavras e atitudes aos ofensores. Olhou para Pedro com compaixão e confiança em uma nova oportunidade. Ele sabia que, sendo quem era, poderia chamar pelos anjos do céu e evitar tudo o que estava enfrentando, mas optou pelo caminho mais difícil, e que seria o melhor para nós. Olhemos para o Pai e para as suas soluções de justiça.
- Ele sabia que a morte seria necessária, mas que ela não era o fim. A sua ressurreição o levaria para um patamar superior. Ele consumou a obra do Pai e nos garante uma vida melhor também ao seu lado na eternidade. Ele venceu, e nós também podemos. O Consolador está conosco para sempre, nos orientará e dará forças e entendimento para cada dia.
Como está a nossa semana? Mesmo que esteja difícil, pode piorar, mas não será o fim. O Pai tem algo muito melhor, seja aqui ou com Ele, na eternidade. Cuidemos com o nosso interior, pois ele pode ser o nosso maior inimigo. Esperemos sempre pelo melhor de Deus, e não pelo pior em nós.
Pr. Carlos Nogueira Martins
Associação Apascentar