UM VOO MAIS ALTO

Todos nós desejamos dar um voo mais alto, mas, por vezes, estamos por demais cansados para isso. No nosso desânimo, nós reclamamos e nos queixamos contra tudo e todos, inclusive culpamos a Deus pela sua aparente indiferença. Há aqueles que nem mesmo acreditam na sua interferência na nossa vida, seja positiva ou negativa. O profeta Isaías fala do esgotamento espiritual do povo em relação aos planos de Deus: “O Senhor não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa” – Isaías 40.27.

A natureza é pródiga em nos ensinar com os seus belos exemplos. Jesus foi mestre em usá-los em suas famosas parábolas. Deus respondeu ao profeta usando o exemplo da águia e pela sua desenvoltura em voar alto. Ele nos dá exemplos que são aplicáveis a nós mesmos. Há um momento da sua vida que ela arranca as suas próprias unhas, quebra o bico, perde as penas e fica completamente vulnerável. Depois, vem o tempo da mudança, pois, dessa águia quebrada, nasce outra: garras afiadas, penas novas, bico mortal. Ela se remoça na meia idade e, agora, os seus voos serão mais longos e mais altos. Em outro momento, ela fica solitária no penhasco, esperando por uma corrente de vento quente e aí sobe ainda mais alto.

A resposta ao profeta é que Deus não é como nós para agir friamente com o seu povo. Ele usa da águia para expressar o Seu desejo de fazer algo melhor. O sofrimento e as perdas fazem parte da nossa vida e, através deles, podemos dar voos melhores. O que devemos fazer para vivenciarmos voos mais altos?

  1. Confiar plenamente no interesse de Deus pela sua criatura. Ter dúvida a respeito do Seu amor trará cansaço emocional e espiritual. Como pesa viver amargurado, sem aceitar o seu amor! Quem conseguirá subir mais alto com peso nas costas? É muito mais leve confiar na sua graça, mesmo quando não temos o entendimento dele nas nossas perdas. Ele mesmo promete fortalecer o cansado e revigorar os fracos. A sua justiça é confiável e restaura a alma.
  2. Esperar o momento dele é descansar nas suas possibilidades e não no nosso tempo de voo. Deus sabe o momento da vinda do “ar quente” que nos oferecerá as melhores oportunidades. Esperar não cansa, mas nos prepara para desgastes maiores à frente. Quando esperamos confiando nele, as nossas forças se renovam e evitamos voos precipitados e fadados ao erro.

O que está nos cansando hoje que nos deixa desanimados quanto ao nosso futuro? Quais perdas estão nos estressando? Qual a dúvida que temos em relação a Deus?

O salmista pediu a Deus: “estou desanimado, leva-me para uma rocha mais alta que eu” – Salmos 61.2. Jesus disse: “Venha a mim os cansados e sobrecarregados e EU mesmo lhes darei alivio de alma”. Porque não aceitarmos esse convite?

Rejeitar as sugestões divinas é desejar por voos mais baixos, e não pelos mais altos. O que vou decidir?

Pr. Carlos Nogueira Martins
Associação Apascentar