PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ORAÇÃO

Assustado com a violência e com os trágicos acontecimentos políticos da sua época, o profeta Habacuque orava ao Senhor em tempos difíceis. Como homem de fé, ele perguntava a Deus: “Por que me fazes ver a injustiça e contemplar a maldade? A destruição e a violência estão diante de mim; há luta e conflito por todo lado” (Habacuque 1.3). Curiosamente, Deus não lhe respondeu. “Senhor, até quando clamarei por socorro, sem que tu ouças? Até quando gritarei a ti: ‘Violência!’ sem que tragas salvação?” (Habacuque. 1.2).

Isto já aconteceu com você? Você já orou, já clamou a favor de alguém ou de uma situação, mas Deus permaneceu em silêncio?

Habacuque estava percebendo que o povo se afastava de Deus, negava a fé, desconsiderava as Suas leis, criava outras leis que feriam as divinas, subornava, oprimia com violência. Então ele entrou em diálogo com Deus, desejando saber por que Ele permitia que este povo escapasse do julgamento.

Quando aprouve a Deus responder as duas questões levantadas por Habacuque, veio um novo discernimento da natureza divina: Deus é justo e sábio; Deus não aceita o pecado; o julgamento divino é implacável; se conhecermos melhor o Criador, compreenderemos melhor os Seus planos; podemos confiar n’Ele, sejam quais forem as situações desfavoráveis; podemos falar com Ele sobre tudo, até sobre nossas dúvidas, temores e revoltas; o poder Lhe pertence, mas Ele é um Deus paciente, que age na Sua ocasião oportuna e da forma que Lhe apraz. Por isso, o justo viverá pela sua fé! Ele confiará na bondade de Deus. Deus poderá tardar a responder nossas orações, mas nunca vai decepcionar nossa confiança.

Ao lermos os três capítulos deste pequeno livro do profeta Habacuque, podemos nos lembrar dos princípios básicos da oração.

É preciso tomar posição. “Sobre a minha torre de vigia me colocarei (…)” (2.1a). Habacuque procurou um lugar afastado, tranquilo: uma torre de vigia.

É preciso esperar. Neste mundo imediatista, há quem clama ao Senhor e espera que Ele intervenha imediatamente. E se Deus não responde logo, fica perplexo, frustrado e, finalmente, desanimado. Mas Habacuque decidiu esperar: “Aguardarei (…)” (2.1b).

É preciso escutar. “(…) para ver o que Deus o Senhor me dirá (…)” (2.1c). Habacuque esperava e escutava! A oração não é apenas o falar. É o escutar também. Como diz o salmista: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Salmo 46.10).

É preciso confiar na bondade de Deus. Habacuque estava pronto a perder tudo, menos a sua fé no Senhor. Sua conclusão revela a mais absoluta afirmação de fé na bondade divina: “Mesmo não florescendo a figueira, e não havendo uvas nas videiras, mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no SENHOR e me alegrarei no Deus da minha salvação. O SENHOR, o Soberano, é a minha força.” (3.17-19)

Sejam quais forem as circunstâncias permitidas por Deus, a fé é o segredo de uma vida diária abundante e vibrante. Uma vida vivida por fé será também uma vida cheia da alegria de Deus.

Nestes dias de tantas decepções e de perplexidades morais, políticas, econômicas e sociais, continuemos orando fervorosamente, aguardando o mover da justiça e da bondade divinas, na ocasião e da maneira como Lhe aprouver.

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
Associação Apascentar