ME ENGANA QUE EU GOSTO

Você já ouviu esta frase? Um dos momentos mais frustrantes das nossas vidas é quando somos enganados, manipulados por pessoas que nos induzem ao erro e o fazem pela mentira, pela falsa verdade ou mesmo com promessas atraentes.

A mídia está sempre noticiando sobre pessoas que viajariam em excursões escolares, mas que foram enganadas por empresas que “desapareceram”. Muitos noivos são também ludibriados por pessoas que prometem alegrias nas cerimônias do casamento, mas fogem com os recursos por eles investidos em serviços já contratados.

As cerimônias de casamento sempre são belas e cheias de desejos de compromissos. Há cônjuge manipulador de seu parceiro, levando-o a assumirem uma posição de erro e de culpa por algo em que não pensou e nem fez. Ele vive para, através do outro, ter os seus próprios desejos egoístas supridos. Casamentos têm sido destruídos e até algumas esposas têm carregado grande culpa pelo infortúnio do relacionamento tão sonhado. Filhos são marcados por pais que os enganam com mentiras sobre os seus valores pessoais.

O engano traz raiva e decepção, mas não nos exime completamente de culpa. Muitas vezes, as informações que buscamos e recebemos dos amigos e conselheiros não nos garantem a segurança de que tudo correrá bem em nossa vida familiar. Sonhamos muito, mas também fechamos os ouvidos para a realidade que nos apresentaram. A importância de uma boa indicação é fundamental, mas não é totalmente garantida.

O grande manipulador que a Bíblia apresenta é o sedutor Satanás. Ele se mostra como um anjo de luz, sendo atraente com as suas propostas enganosas, buscando nos induzir ao erro. Através da sua manipulação, ele enganou o primeiro casal, levando Adão e Eva a pensarem que poderiam ser como Deus, que poderiam desobedecer e viver impunes pelo seu erro. Ele tentou ludibriar até o Senhor Jesus.

Vivemos em uma sociedade pluralista, na qual temos muito mais informações, recursos, oportunidades e liberdades, mas, mesmo assim, a insatisfação pessoal só tem aumentado. Somos manipulados a acreditar nas ofertas do prazer e na satisfação imediata. O verdadeiro amor pessoal e familiar só tem esfriado a cada nova geração.

A cada semana, converso e ensino em uma clínica para dependentes químicos e outros vícios, e é nítido o quanto esses homens são enganados, mas também como, conscientemente, se mantêm no erro do que é imediato. Alguns deles parecem dizer, friamente: “me engana que eu gosto”.

O que nos dá segurança de que o nosso casamento dará certo? Quem é suficientemente bom para nos aconselhar a ponto de termos garantias de que seremos bem-sucedidos? Davi, um dos maiores músicos e poetas de Israel, escreveu o seguinte:

“O homem feliz não anda, não imita e não vive sob os conselhos dos ímpios, mas ele tem a sua satisfação em buscar o que Deus ensina na sua Palavra. Nesta orientação, ele pensa biblicamente, procura praticá-la e prosperará em tudo o que fizer”. – Salmos 1.1-3

Esse mesmo poeta não conseguiu ser verdadeiro em dado momento da sua vida e tentou, por quase um ano, manipular um erro pessoal, trazendo mortes e tristezas para a sua família e a de colegas próximos. Ele tentou se esconder de todos, inclusive de Deus, mas todo o seu ser sofreu pela não confissão do erro. Foi confrontado pela verdade, e a sua vida tomou um novo rumo com o perdão divino – mesmo assim, com consequências duras a enfrentar. Ele aprendeu que Deus se agrada da verdade no íntimo e que a manipulação não tem espaço para mantermos uma relação agradável com Ele.

O apóstolo Paulo escreveu que o enganoso terá em Deus o grande juiz destas ações íntimas enganosas:

“A vontade de Deus é que vocês sejam interiormente corretos; cada um controle a sua mente e o seu próprio corpo de maneira santa e honrosa e que não sejam dominados pelos desejos desenfreados (…) neste assunto ninguém prejudique e nem mesmo se aproveite do outro. O Senhor castigará todas essas práticas” (I Tessalonicenses 4.3- 8). Se aceitamos que foi Deus quem nos criou e também à família, temos a responsabilidade de buscar, na fonte limpa, os princípios eternos, tanto quanto Ele é eterno. Por que sermos enganados? Por que enganar?

Para pensarmos: A mídia tem nos influenciado positivamente a fim de termos uma vida familiar feliz? As leis ou a nossa constituição são favoráveis à sobrevivência saudável da família? Os conselhos dos amigos têm surtido o efeito desejado para vivermos melhor? Os conselheiros profissionais têm conseguido manter os relacionamentos em um bom nível e permanentes? Somos amorosos ou buscamos agir de maneira egoísta e mentirosa com os nossos familiares?

Não existe relacionamento familiar perfeito, mas é possível que ele se torne bom. Para isso, quero lhe fazer um convite convincente, pelo qual você não será enganado. Deixemos Deus nos ensinar princípios seguros, mas não necessariamente fáceis. Façamos da Bíblia o nosso manual de boa convivência. Desde o princípio da criação, o casal decidiu desobedecer a Deus e passou a viver e sofrer o resultado na sua vida pessoal. Os princípios que Deus nos deixou são válidos e trazem resultados positivos. Salomão disse: “Se não deixarmos o Senhor edificar a nossa família, em vão será todo o nosso esforço” (Salmos 127.1).

Decidamos pela verdade. Não nos enganemos. É possível começar uma mudança, hoje.

Pr. Carlos Martins