DESPERTAMENTO ESPIRITUAL

Judá, a província do sul da Palestina, foi devastada por uma terrível praga de gafanhotos. No Oriente Médio, o flagelo do gafanhoto não era novidade. Mas o que impressionou o profeta Joel foi o fato de gafanhotos de diferentes espécies e tamanhos chegarem juntos, como em aliança maldita: o gafanhoto cortador, o gafanhoto peregrino, o gafanhoto devorador e o gafanhoto devastador. (Joel 1.4)

Nunca houve caso parecido na História. A descrição do profeta é de uma precisão dolorosa (Joel 1.1-20). Os campos de trigo, as videiras, os jardins, as árvores, tudo foi destruído! E as consequências daquele desastre agrícola foram o desespero dos agricultores e dos produtores, uma fome severa e generalizada, o arraso da economia nacional por anos e um país que foi prejudicado, bruscamente.

O profeta Joel convidou todos os habitantes de Judá a refletirem sobre o desastre: “Ouçam isto, anciãos; escutem, todos os habitantes do país. Já aconteceu algo assim nos seus dias? Ou nos dias dos seus antepassados?” (Joel 1.2)
Mas o livro de Joel também traz chamadas ao verdadeiro arrependimento. “Ouçam isto”, foi o começo dessas chamadas ao despertamento, à revitalização, ao avivamento espiritual! Joel conclamou o povo a se arrepender e a se converter. Não deixou que aquele flagelo lhe roubasse a fé. Pelo contrário, tentou desvendar a razão por que Deus permitiu que o seu povo sofresse tanto prejuízo. Por que aconteceu tamanho desastre? Para que Deus permitiu que aquilo acontecesse? Qual o significado do acontecimento? E o fruto de suas cogitações foi conservar a sua confiança no Senhor, no Deus Eterno.

Verdadeiramente, a nossa confiança não deve estar naquilo que possuímos, mas no Senhor, no Deus da nossa salvação, pois aquilo que possuímos pode ser tirado de nós. Jesus disse que a traça e a ferrugem destroem; os ladrões arrombam e furtam. Deus pode, eventualmente, usar a natureza, a dor, as pessoas, as expectativas e outras circunstâncias para nos aproximar d’Ele.

As atuais crises não serão resolvidas nem pela política nacional ou internacional, nem pelo progresso científico. O homem moderno precisa buscar a Deus, o Deus de Joel, o Deus da Bíblia: “voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto”. O jejum e as orações piedosas são a subordinação do físico ao espiritual, que caracteriza todos os gigantes da fé. Às vezes, só uma situação de perigo ou de enormes riscos, convence o homem a orar e a jejuar.

Este é o apelo profético: “mudem sua vida, não só sua roupa. Voltem para o Eterno, o seu Deus. E aqui está a razão: Deus é bom e misericordioso. Ele respira fundo, tolera muita coisa. Esse Deus tão paciente, exagerado no amor, sempre disposto a cancelar a catástrofe. Quem sabe ele o faça agora, talvez mude e mostre compaixão. Talvez, depois de tudo dito e feito, haja muitas e generosas gratidões ao Eterno!”.

Só pelo genuíno despertamento e numa nova dimensão espiritual veremos novos horizontes, experimentaremos a graça de viver pela fé, alcançaremos o mais alto nível de espiritualidade, desfrutaremos do encontro com Deus e teremos a Sua salvação, a Sua redenção pelo sangue de Jesus Cristo naquela cruz.

É tempo de ocupar-nos especialmente com um grande despertamento espiritual. Precisamos conhecer o juízo de Deus sobre o pecado humano, a necessidade do arrependimento e da graça misericordiosa de Deus por meio da qual todos os que clamam pelo seu nome serão salvos.

Pr. Olney Basílio Silveira Lopes
Associação Apascentar